terça-feira, julho 03, 2007

Lusitano Bom Gosto

Assunto - fora de Lisboa (fiquemos por aqui).

Uma noite algures, definirá a direcção.
Um serão a limpar o email e as newsletters da Arteh povoaram o meu entusiasmo de ideias variadas e variadas também as formas de fugir a estas paredes vermelhas e simultaneamente partir em busca de algo novo. Pouco conheço das margens ou do Além Tejo.


Escolho o Hotel pela imagem de uma cama de dossel. Aposto na selecção do quarto que garanta que é a mesma a cama, com a mesma decoração. Um risco, no entanto - via web nunca se sabe. Normalmente convém ligar e garantir.

Chegamos pela noite. Ei-lo. O Hotel Lusitano.

Um solar antigo, enorme, recuperado, de paredes brancas, pequenos apontamentos amarelos e verdes, em plena Golegã. Pequeno pateo recebe calorosamente quem chega e abre caminho à garagem subterranea. A sinalética é um detalhe que revela algum cuidado na imagem. Curioso, para quem anda nas andanças da comunicação, nada disto passa ao lado.

Um cumprimento cordial e caloroso recebe-nos. Duas cadeiras forradas a verde e os quadros equestres à nossa volta convidam-nos a sentar. Basta assinar. Somos conduzidos ao primeiro dos 2 andares. Entregam-me uma carta em mãos. Um cartão de boas vindas, com o meu nome e assinado pela Direcção do Hotel. Detalhe.

Entramos. Pousamos as malas. Ficamos estarecidos. Duas maçãs verdes esperam-nos envoltas em papel laranja, contrastando com o branco da roupa de uma cama de dossel, enorme e fofa, e com os tons verdes dos 4 sofás, do banco de sopé e das almofadas espalhadas. A madeira escura da cama, do banco solitário em v, do sofá, da escravaninha e das longas e pesadas portadas, enquadram perfeitamente a tábua corrida do chão e com a madeira mais aberta dos tectos. Pela direita, portadas trabalhadas quanto baste, separam a área de banho e de vestir. Entramos e exploramos. Um espelho enorme faz dueto com uma banheira longa, com dois vidros deslizantes, para os quais espreitam o robe e os chinelos brancos e fofos. Acessórios da Molton.

Voltamos para tras. Apagamos quase todas as luzes.

Pedimos um chá para lá da hora. - a sala de estar do Hotel, vista pelo recanto do olho na entrada, tinha-nos parecido deliciosa. Simpaticamente, um chá apareceu e nada como ler no recanto de mais sofás e de mais n objectos claramente escolhidos ao detalhe - um candeeiro rosa, quadros em madeiras trabalhadas, candeeiros de parede que constratam pela sua contemporaneidade contemplando o bom gosto. E outras mais peças singulares que nos atrasam o início da leitura.

De manha, abertas as portadas e duche tomado, é hora de descer para o pequeno almoço.

Sossego. Perfeito.

Um terraço embalado a vidro com base em tábua corrida, acrescentado na remodelação, encerra na sua luz mesas quadradas em madeira escura, simples e rectas, com cadeiras escolhidas perfeitamente, ao tom e na simplicidade. Vista desafogada para a relva bem cuidada. Pequenos pãezinhos de sementes, e outros variados, croissants, bolinhos da região, manteiga especial trazem o detalhe necessário e a diferença. A somar, tudo o normalmente requerido. E uma intensa paz.
Na despedida, um conselho sobre onde almoçar, onde passear. Uma palavra simpática sobre a concorrência - o Espinheiro, a Flor do Crato... a humildade necessária de quem sabe com quem se compara.
A não perder. O bom gosto e arte de bem receber.


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