quarta-feira, maio 14, 2008

Oriente a Ocidente


Uma ideia de última hora levou-nos à aventura dos workshops no lançamento do Museu do Oriente. Esgotados, claro está, informação de último minuto, 12h30, após 4 pessoas em fila de entrada. Nesta altura, já palpitava gente propositadamente para o restaurante.
Bilhetes grátis. Exposição temporária e acervo.

Todo o Museu se visita à meia luz. Talvez mais diria à quase luz nenhuma. O que não deixa de ter algumas similitudes com o Oceanário, se bem que fora os turistas, não vi grandes peixes de olhos sensíveis (apenas visitas de olhos esgazeados de tanto esforço de leitura).

O Museu surpreende pela positiva. Peças magníficas e originais, muitas das quais partilham da nossa história quinhentista, nos tempos em que eramos os donos do mundo. Chinesas, Japonesas, Timorenses, Indonésias, Coreanas, Indianas, um conjunto deveras insólito, pouco visto.

Realço os frascos de comprimidos, moda a época, compartimentos delicadamente encaixados uns nos outros, atravessados por singela corda, uma vez que os chineses não usam bolsos, as caixas eram práticas - perdemo-nos a escolher um para levar no pensamento; as "rodelas" de espada, muitas talhadas a preceito com brasões, passados de geração em geração; uma casa tradicional, branca, linda, que mais poderia servir como inspiração de um hotel, assim como os talheres em prata sui generis que espero que a Zara Home os descubra para também se inspirar e eu poder comprar; um biombo de pancaré (?não me recordo do nome...) ficou guardado pela explicação de uma criança, que nervosa e rapidamente a conseguiu dar (uma iniciativa mui louvável de um Professor com a sua turma) Entre muito mais.

O problema é efectivamente a luz. É praticamente impossível ler as descrições nas paredes. Para já não mencionar que o primeiro andar não tem ainda a designação dos objectos, elementos que o segundo já dispõe,
ainda que mal localizados. Os elevadores fazem lembrar os do El Corte Inglès, mas de uma forma geral as acessibilidades são boas.

A Cafetaria, essa, teria sido melhor lembrada se não se situasse na cave, mas sim no inútil lounge. Muito mais acessível e simpática, com vista para a rua, do que num buraco.

O Restaurante no 5 piso pareceu-nos demasiado bem. Tão "demais" que ainda bem que tinha fechado às 14h30. Um look sofisticado...e o resto, é para desconrir um destes dias.

A fila pelas 15h dava a volta ao Edíficio. Recomenda-se cuidado com as horas pelo dia, já que o Museu está aberto também à noite, até às 22h.

Uma última palavra para a localização, óptima. Desafogada, uma melhoria para a zona e um achado para o Museu. Sedeado no Edifício Pedro Álvares Cabral, em Alcântara( os antigos ), dará uma alma nova ao antigo complexo de Armazéns Frigoríficos da Comissão Reguladora do Comércio de Bacalhau (arquitecto João Simões, 1939).

A visitar.

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