terça-feira, fevereiro 03, 2009

A fina flor azul de Évora

As muralhas delineam a entrada inconfundível de Évora. Guardadas lá dentro, as ruas apertadas que nos aconchegam a cada passagem. As casas baixinhas, pintadas. Varandinhas que olham a calçada de pedra, qual devoradora de saltos altos.
Assenta-se arraiais junto ao Templo. Àquele que há 20 anos, do meu metro e pouco, me parecia um verdadeiro altar. O vizinho, o Mosteiro de S. João Evangelista - ou dos Lóios (da congregação dos cónegos regrantes - cónegos azuis) aguarda sereno e remodelado, a necessária divisão do protagonismo de coisa bonita.

A Pousada cheira a Alentejo. Cheira a madeira húmida, das peças antigas. As escadas de pedra gelam a entrada do recanto. A chave pesa na mão. Encaixaria numa porta imensa, alta, de madeira grossa, que abre em 2 tempos e fecha à antiga, no trinco de ferro. Conservada impecalvemente, abre para uma sala de paredes pintadas à mão. Um pé direito de louvar.

Um lustre pontei a sala de luz, já no cinza da tarde chuvosa. Estende-se uma chaise long convidativa, uma mesa vitoriana floreada, um espelho soberbo em imitação (?) de talha dourada e 2 cadeiras desenhadas ao século. Um sofá, um arraiolos possível e mais uma série de rococós da sala verdadeiramente "real".

Um banco de 4 pés coxo do restauro, guarda a entrada para as áreas de banho. Os perfeitos azulejos verdes e brancos sustestam uma banheira vitoriana de porte, salpicada por felizes pétalas de rosa vermelhas. Bordada a calha de madeira escura, alberga um espelho de moldura forte, e uma delicado e longo lava mãos, qual desenho a preceito, qual espaço irresistível.
A água corre, a espum
a cresce e as pétalas nadam, e Lisboa, a 130 kms.










Pousada dos Lóios
Largo Conde Vila-Flor
7000-804 Évora
Tel: (+351) 266 730 070
Fax: (+351) 266 707 248
e-mail: recepcao.loios@pousadas.pt



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