domingo, março 11, 2007

" TERMINÉE "

Esta foi a palavra suspensa no ecran do tapete rolante da Bagagem do Charles de Gaulle. E em suspenso fiquei eu e outro senhor que deseperadamente só dizia "oh lah lah lah" "oh lah lah lah"

Durante um voo fantástico, deu tempo para chegar a meio da Wallpaper e para ler quase toda a tralha de cópias de trabalho pendentes. A escolha de um voo que partia às 7h35 da manha não era um acaso - era um objectivo: aproveitar bem o dia. Mas não começou da melhor maneira: a bagagem desapareceu.

Nada dramático, passei mais uma no aeroporto para participar a ocorrência mas nem pensei muito no assunto. Dramático foi quando comecei a pensar melhor (efectivamente, a pensar, acho eu) e os meus pés a ajudarem-me a enlouquecer - convenhamos que só tinha um laptop comigo, a roupa do corpo e umas botas de cano de 10 cm de salto que para não ocuparem lugar na mala - vieram calçadas. E nunhuma alternativa para as descalçar.

Tinha que fazer compras, obrigatoriamente. Roupa interior, qualquer coisa para dormir, liquido para as lentes de contacto, roupa para vestir domingo e segunda...mais investimento não previsto. Uma tortura pois que podia ter dinheiro mais bem gasto em presentes e afins. Pelas 20h a tortura de pés era tal que só me apetecia, confesso, chorar. O que a juntar a 4h de sono, a outros pensamentos menos felizes, a pensar nas peças que tinha na mala que tanto gostava, de repente no meio de Paris, mais morta que viva, sem conseguir um taxi nem uma máquina multibanco...é o desespero.

Chegada de volta ao horroroso hotel que desta vez escolhi lembrei-me que ia ficar sem bateria no telemovel. A bateria tinha ficado na mala perdida. Nem se encontrassem a mala me poderiam contactar nem eu podia sequer tirar mais fotos, falar com alguém, whatever. Hotel sem web. Mais um ponto. Decidi nem jantar. Cai na cama e apaguei-me imediatamente.
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